domingo, 9 de outubro de 2011

Quero um problema com seu nome


Quando eu afirmei: escolho a lamentação! Afirmei também tantas outras coisas. Disse, escolho a lamentação, assim como escolho o desamor, o desassossego, a minha desordem. Eu afirmei escolho a lamentação ao mesmo instante que inundado por sua paixão sagitariana, eu escolhi o ódio como eixo de roda, giro de vida, força motriz retórica das quedas d’água.

Porque o que mais nos aproximava era aquilo que detestávamos um no outro, e fazia-nos travar batalhas dialéticas que só se resolviam no sexo. Ainda assim, havia uma competição inata de quem seria ativo ou passivo, então optávamos pelo troca-troca para que ninguém saísse perdendo. O grande problema é que no fim de cada luta, saíamos conscientes de uma ruptura próxima.

Então a ruptura catártica.

A ruptura que me encaminharia pra esta vida careta, mas promissora que levo. Sem cigarros, nem alcoóis, gorduras trans e saturadas, exercícios físicos regulares, dois litros de água e sorriso branco. Tudo o que você me pediu e naquele momento não me fazia sentido... agora só me faz sentido porque tais hábitos configuram-se numa vingança sutil de ostentar a minha liberdade.

(...)

A minha liberdade é que não fazia sentido contigo, tal como não me faz sentido explicar qualquer coisa agora que você não está por perto para me resolver sexualmente... e talvez um dia, eu entenda, - entendimento fora da filosofia, da semiótica, da porra da psicologia -, o porquê de sentir saudade daquilo que na maior parte do tempo quis que estivesse ausente.

Um comentário:

  1. Realmente, este entendimento está muito além de qualquer ciência.

    Adoro seu blog, mais precisamente as suas palavras.
    um beijo

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