quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Exibicionismo


Excessivamente na vitrine.
Tristemente na vitrine.
Ocioso como num orfanato,
atarefado como num internato.
Há tantas coisas por se fazer
tanto que não se faz nada.
Então aprendo um novo idioma.
Mais um que me qualifica
como próprio para consumo.
Culpa do design
que sempre está ali
com seus modelos másculos,
mais vitrinosos
do que, obviamente, chegaria a ser.
Eu bem sei disso, talvez mais que o mercado,
que vende seus estilos
usando das nossas fraquezas sentimentais.

Meu alter ego poderia ser Louis Garrel
se lógico, entendesse de alter egos
e já fosse Louis Garrel sem o perceber.
Os cabelos crespos,
os olhos castanhos claros
a brotarem de mim.
Depois, a empáfia
de se vestir
abrasadoramente
tentando as virgens a correrem
para o banheiro se masturbarem.
Seria tão desejado
que por fim
acabaria por não querer nenhuma.
Um dia haveria de querer,
caído num amor bêbado,
aonde se compõem
sexo, amor e um pouco de intriga
incitando os pensamentos
de solidão e imprescindível presença
daquilo que possa me deixar a qualquer instante.
- Quem se pronunciará diante às coisas que falo?
Há tempo para tudo.
Tempo de ficar por mim,
outro,
de ser por ti.

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