domingo, 1 de agosto de 2010

Alienação poética
ou
Procure outro escritor

Trabalho em cima de afirmações
e deixo o futuro para depois
como tudo aquilo que não me significa.

Com uma enxada numa das mãos,
colho o que me pertence
e deixo passar o resto:
faço da terra meu único espaço;
nela nunca planto ou fecundo nada,
apenas desperto se houver o que despertar:
às vezes estão todos surdos e não imploro que me ouçam,
é uma questão de desencontro.

a minha poesia só entende mais com mais,
mais com menos ou vice-versa é desencontro.


4 comentários:

  1. " a vida é arte do encontro.
    embora aja tanto desencontro"
    mas gostei dessa idéia!
    mudo. sim! mas mudo ao ponto apenas de subverter o já subvertido. planto sal em terra seca e colho vitórias-régias.
    abraçãOo

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  2. "Com uma enxada numa das mãos,
    colho o que me pertence
    e deixo passar o resto:"

    tão humano isso...

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  3. "Com uma enxada numa das mãos,
    colho o que me pertence
    e deixo passar o resto:"

    tão humano isso...

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o oco cheio de vazio

é que não posso ser porque não me pertenço não sou de mim mesmo: nem o corpo ou a fala nem o membro, nem a língua   nem o próprio gozo apree...